Nos últimos anos, o número de brasileiros com alto poder aquisitivo que escolhem viver em condomínios tem crescido significativamente. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o Secovi-SP, cerca de 70% das pessoas com renda familiar superior a R$ 20 mil por mês preferem morar em condomínios fechados. Este movimento reflete uma busca por um estilo de vida que combina segurança, privacidade e comodidade em um só lugar.

    A segurança é, sem dúvida, o fator decisivo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2022, 65% dos brasileiros com renda elevada consideravam a segurança como o principal motivo para optar por condomínios. Esses empreendimentos de luxo geralmente contam com sistemas de vigilância de última geração, portarias blindadas, controle rigoroso de acesso e equipes de segurança altamente treinadas. Para os brasileiros que possuem recursos, essa infraestrutura representa tranquilidade, permitindo que desfrutem de seu lar sem as preocupações que afligem a maioria da população.

    Além disso, os condomínios oferecem um nível de conforto e conveniência difícil de encontrar em outros tipos de moradia. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Imóveis (ABADI), 80% dos condomínios de alto padrão no Brasil oferecem uma gama completa de serviços e facilidades, como piscinas, academias, quadras esportivas e salões de festa. Esses espaços permitem que os moradores tenham acesso a uma gama de serviços e facilidades sem precisar sair de casa. Isso é especialmente atraente para famílias que buscam um ambiente seguro e completo para criar seus filhos.

    Outro atrativo é a exclusividade. Morar em um condomínio de alto padrão é um símbolo de status e sucesso. As propriedades são cuidadosamente projetadas e muitas vezes situadas em localizações privilegiadas, com fácil acesso a centros comerciais, bons restaurantes e escolas de renome. Dados do mercado imobiliário indicam que os imóveis em condomínios fechados, especialmente nas grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, têm valorização média de 15% ao ano, um percentual superior à média do mercado residencial.

    Contudo, essa preferência também pode ser vista como um reflexo das desigualdades sociais no Brasil. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), enquanto 25% da população brasileira reside em áreas que carecem de infraestrutura básica, os condomínios de luxo representam uma realidade paralela, onde o acesso à segurança, saúde e educação de qualidade está amplamente garantido. Essa realidade cria um contraste que ressalta as divisões socioeconômicas do país.

    Em resumo, a escolha dos brasileiros com alto poder aquisitivo por viver em condomínios é motivada por uma combinação de fatores que incluem segurança, conforto, conveniência e status. Esses elementos fazem dos condomínios a opção ideal para quem busca um estilo de vida que ofereça não apenas proteção, mas também uma qualidade de vida superior, em um país onde tais privilégios ainda são para poucos.