Órgãos ambientais fiscalizam condomínio suspeito de despejar esgoto no Rio Timbó
Moradores reclamam de mau cheiro e erosão na área, problema persiste há anos.
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A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram, na manhã desta sexta-feira (14), uma inspeção em um condomínio no bairro Portal do Sol, em João Pessoa. O Residencial Jardim do Mar é suspeito de despejar esgoto irregularmente em uma área de mata, que deságua diretamente no Rio Timbó.
Além do despejo ilegal de dejetos, a denúncia aponta que o problema ambiental causou um processo de erosão, que resultou na abertura de uma cratera e até no tombamento de árvores de grande porte.
A equipe da TV Cabo Branco foi até o local para tentar ouvir a administração do condomínio. No entanto, o síndico preferiu não conceder entrevista, limitando-se a informar que toda a documentação ambiental do residencial está em dia.
Moradores de prédios vizinhos relatam que o mau cheiro se tornou um incômodo diário, especialmente nos períodos mais quentes do dia. O subsíndico de um edifício próximo, Cleidenaldo Vieira, afirma que já cobrou providências da administração do condomínio suspeito, mas não obteve retorno.
"Já procurei o síndico e ele disse que está tudo dentro da legalidade e que, se eu quisesse, tomasse as providências por conta própria. Esse problema já dura de cinco a seis anos e ninguém faz nada para resolver", desabafou Vieira.
O advogado Djair Alexandre, que reside no 4º andar de um dos prédios afetados, também sente os impactos do problema. "O mau cheiro se intensifica no período da tarde, por conta do calor, e chega até os nossos apartamentos", relatou.
Os técnicos da Sudema verificaram o sistema de esgoto do condomínio e coletaram amostras para análise, cujo resultado deve ser divulgado em até oito dias. O Ibama, por sua vez, avaliou a área de descarte e o impacto na mata.
O superintendente do Ibama, Geandro Guerreiro, afirmou que, além do despejo irregular de esgoto, a erosão na área precisa ser analisada com mais profundidade. "Vamos estudar a situação, pois há uma questão viária envolvida. Talvez seja necessário envolver a prefeitura para desenvolver um projeto que ajude a conter os danos ambientais", explicou.
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